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quarta-feira, 16 de março de 2011

O melhor ainda está por vir

O título deste texto talvez sugira mais bênçãos na próxima esquina, mas, desapontando a expectativa, não é essa a ideia. Pensando em discurso – o pensamento por trás da estruturação das palavras – percebemos que uma forma comum de apresentar uma nova ação ou pensamento é negando o valor do que estava estabelecido como prática ou conhecimento.

Um exemplo dessa estratégia é a apresentação de evangelização no carnaval como a única possibilidade possível de atividade. Até alguns anos atrás, era comum as igrejas se reunirem para um “retiro”, ou acampamento, em que o tempo era aproveitado para crescimento pessoal ou evangelização. Talvez nem todos usassem para isso; algumas pessoas reclamam que o objetivo de alguns desses encontros era a diversão pura e simples. Qualquer que tenha sido ou se tornado a motivação para certos grupos se afastarem da festa, o fato é que aqueles que estão desenvolvendo novas atividades atribuem negligência por parte dos que mantêm a prática antiga. 

Essa forma de estabelecimento de uma prática ou ideia não é novidade. Políticos usam esse critério em suas campanhas. Falam mal do candidato anterior para mostrar que podem fazer melhor. Alguns pesquisadores da área teórica mostram as falhas de teorias anteriores para estabelecerem outras. O fato é que, em geral, as “novas” práticas ou teorias fazem uso de tudo que viu até o momento para adaptar e então sugerir algo que venha com nova roupagem, mas que refletem o que foi feito, ou uma oposição que nada mais é que o contraste do existente.

A falha dessa forma de raciocínio é desconsiderar, em algumas circunstâncias, os benefícios alcançados até outras possibilidades surgirem. Nem sempre o que vem antes é o pior, pode ser outra possibilidade, pode ter sido a base em que se estruturam as possibilidades futuras. Se entendermos que o melhor é sempre o que está por vir, corremos o risco de não aproveitarmos o que temos, porque sempre vamos esperar o que está por vir... Quando nem sequer sabemos o que virá... Além disso, somar pode ser bem melhor do que dividir!

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