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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Rótulo em embalagem errada... ou não!

Preconceito - qualquer opinião ou sentimento, quer favorável, quer desfavorável, concebido sem exame crítico; ideia, opinião ou sentimento desfavorável formado a priori, sem maior conhecimento, ponderação ou razão; atitude, sentimento ou parecer insensato, esp. de natureza hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância. Ex.: ‹ p. contra um grupo religioso, nacional ou racial › ‹ p. racial ›.[1] 


É muito comum ouvir uma pessoa rotular outra de preconceituosa cada vez que a opinião diverge da sua, especialmente em assuntos considerados polêmicos. Não percebe aquela que rotula que, possivelmente, ela está sendo preconceituosa. Se preconceito é a opinião formulada, seja ela favorável ou desfavorável, sem exame crítico, é preciso saber se quem expressou a opinião já fez o tal exame crítico. Se eu desconheço a gama de conhecimento que a outra pessoa tem sobre o assunto e, ainda assim, eu a chamo de preconceituosa, quem, de fato, age com preconceito? Esse é um ponto!

Se os tempos mudaram, mas algumas pessoas mantêm posturas antigas, é um direito que lhes cabe. Essas pessoas podem ter analisado os resultados modernos e podem ter percebido que os resultados antigos eram melhores... ou não. No caso de alguém analisar uma questão e formular um conceito que nos parece inaceitável, até podemos dizer, segundo nossas considerações, que é um conceito errado, mas não podemos dizer que é um preconceito, uma vez que houve uma análise crítica – ainda que os valores utilizados não correspondam àqueles que consideramos aceitáveis.

É possível, também, que uma opinião favorável seja apresentada sem que o assunto tratado tenha sido analisado criticamente. Isso é preconceito. Nesse aspecto, podemos notar muita gente querendo ser politicamente correta apresentando opiniões encontradas no arquivo morto da falta de conhecimento adequado para uma análise. Já disse um sábio que ele não se ocupava de grandes assuntos e de coisas elevadas demais para ele. Mas deixar de bater o martelo não é algo que a humanidade esteja pronta para fazer; resta-nos a esperança de um sistema educacional que ensine a pensar, a buscar informações, a aprender a analisar essas informações e aplicar em situações concretas.

É importante saber a diferença entre intolerância e opinião contrária. O preconceito é, geralmente, acompanhado de intolerância, e a intolerância é a manifestação de opinião por meio da violência, física e/ou moral. O desafio se torna maior a cada novo dia, porque o comum é ver pessoas que não sabem lidar com opiniões contrárias, chegando ao cúmulo de prejudicar o outro pelo simples fato de não ser um seguidor. Algumas vezes é desanimador a ideia de ensinar a pensar, porque a vida costuma ser difícil para quem não apenas pensa como dá ao outro direito de fazer o mesmo.

É preciso se renovar a cada manhã para permanecer fiel ao princípio de liberdade pautada no direito próprio e do outro, buscando um nível de educação mais elevada, que o dinheiro não tem condição de comprar, que é fruto de um coração generoso para com o próximo. Mas vale a luta! Enquanto lutamos por essa sociedade pensante, podemos aprender, ao menos, a usar a palavra preconceito...




[1] Dicionário on-line Houaiss - http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=preconceito – consultado em 10 de fev. de 2014.