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sábado, 16 de junho de 2012

Onomatopeicamente falando...


É interessante notar como os sons são interpretados em diferentes culturas, embora, na realidade, todos ouçam a mesma expressão sonora. O cachorro late igual em qualquer país, no entanto, ao reproduzir o som do latido, as formas variam bastante... Estranho isso! - wou-ou-ouuuu (francês); vau-ou-oouu (russo); uuuuu (italiano); au au (português); woof, woof; ruff, ruff; arf, arf (inglês) etc.[1] Outro exemplo interessante é o espirro. Na França é atchoum, na Alemanha hatschi e nos Estados Unidos atchoo, achoo ou achew e no Brasil é atchim. As onomatopeias são formas naturais de representações do som, que não estão submissas às regras dos sistemas fonológicos da língua.[2] Se as formas de representar esses sons variam bastante, as respostas não deixam por menos... Vejam algumas respostas que os espirros suscitam em algumas línguas:

Em português: Atchim - Saúde!
Em inglês: Atchoo! - Deus te abençoe!
Em indonésio: Hatchi - Bendito seja Deus!
Em dinamarquês: Atju - Poderá beneficiar-te!
Em letão: Apci - Isso é para sua saúde!
Em romeno: Hapciu - Boa sorte![3]

Se aquilo que ouvimos de maneira igual já causa interpretações diferentes, como é, então, o que ouvimos de forma diferente nos tons de voz, nas expressões faciais, no uso de palavras parecidas, mas não iguais, nas traduções etc. Quanto do que ouvimos realmente é o que achamos que é? Se não é, o que podemos fazer para minimizar a distância entre o que é dito e o que é entendido? Responder perguntas assim pode nos ajudar a estabelecer uma linha de comunicação menos turbulenta e mais eficaz, tanto dentro de uma cultura como no relacionamento transcultural.

[2] Mário Viaro, da Universidade de São Paulo (USP).
[3] Mundo estranho – “Última modificação: 27 de Dezembro de 2008”.