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terça-feira, 22 de março de 2011

Como assim?!

Algumas coisas que leio ou escuto me deixam com cara de “ué”. Sim, aquela cara de “como assim?”. Uma aluna outro dia comentou essa minha cara e imitou... Isso acontece em sala quando faço uma pergunta e o aluno responde com algo totalmente inesperado, e eu me pergunto, com essa tal cara, “como será que ele chegou a essa resposta?” – é algo intrigante entender o caminho que o pensamento tomou para formular um resultado que, de fato, não parece fazer sentido para quem já está com a ideia pronta na mente. 

Acho que fiz essa mesma cara quando li a seguinte frase: “Deus não se importa muito com q falamos ou escrevemos, Deus se importa com que fazemos.” (sic) – Hã?! Como assim?! A primeira coisa que pensei foi a respeito da fonte que forneceu elementos para a pessoa chegar a essa conclusão; teria sido por observação, leitura do texto bíblico, opinião... Sim, porque é importante levar em consideração a procedência das considerações que são tomadas como base para chegar a uma afirmação tão forte. Afinal, para quem crê em Deus, o que importa para Ele é de suma importância... Mas, não havia informações a respeito, então, vamos ao que temos: a frase.

Parece-me uma boa ideia começar pelo verbo “fazer”. Segundo o Houaiss, “fazer” significa realizar, construir, criar, instituir, cumprir, ocasionar... opa! Escrever!!! – entre os significados de fazer está “escrever” – mas não deve ser nesse sentido que está na frase, ou teríamos uma redundância. A questão é que em todos os sentidos que tomamos do dicionário, parece que caberia falar e escrever como algo “a fazer”! Podemos realizar, construir, criar, instituir, cumprir, ocasionar etc. pela fala ou escrita. Talvez, então, devamos pensar que o verbo “fazer” ali na frase se refira a algo maior como “direcionar a própria vida”, “conduzir seus propósitos”... Aí, eu mesma fico com cara de “ué”, porque falar e escrever são ações que estão tão intimamente ligadas ao propósito da minha vida que se eu parar de escrever e falar, desconfio que não sobrará muito para fazer... ou não!

Eu proponho uma solução para meu próprio impasse: talvez escrever novamente essa frase, de forma que se torne eficiente para mim. Algo como: “Deus deve se importar com o que falamos ou escrevemos na medida em que nossas outras ações confirmam o que estamos a dizer”.  Ah, sim!

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