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quinta-feira, 15 de maio de 2014

PERFEITO!

que se caracteriza por ser completo; cabal, rematado, total
que apresenta as melhores qualidades (segundo um padrão intelectual, artístico, estético etc.); magistral, excepcional
que serve de tipo, que é exemplar em relação aos demais; típico, característico
de conformidade com as exigências legais[1]

As escolas particulares trabalham ou para lucrar o máximo ou para formar alunos perfeitos para o mercado de trabalho; enquanto as escolas públicas – sem possibilidade de lucro – trabalham para alcançar o mínimo possível de seus alunos – isso naquelas em que ainda sobraram profissionais que acreditam no que fazem... As melhores empresas são aquelas em que a qualidade é valorizada acima de tudo, por entenderem que o lucro vem de um produto bem aceito. Os melhores artistas são aqueles que não medem esforços para alcançar o melhor de suas habilidades. 


Observando a sociedade, no que diz respeito à busca da perfeição, percebemos que o melhor só se alcança com muito esforço. O problema é que a preguiça, a falta de interesse, a falta de visão e outras coisas mais têm levado muitos a desempenhos fracos e medíocres. Em contraposição, aqueles que colocam seu empenho para desenvolver o melhor do seu potencial apresentam resultados fascinantes.

O que leva alguém a exaltar a imperfeição ou a falta de empenho para buscar a perfeição? Pode ser conformismo – síndrome de Gabriela... Vai saber! Resta saber quem quer ouvir uma música mal tocada, ver uma peça mal interpretada, comer uma comida ruim, andar no carro desmantelando, usar um celular que precisa bater para funcionar... Quem se candidata a ter o pior?! Se não queremos o pior, por que oferecer o pior com a desculpa de que somos “imperfeitos” e nada podemos fazer quanto a isso?! O fato de não ser perfeito não implica em comodismo.

Quem é que vai buscar a perfeição? Quem está disposto a se esforçar, se preciso for, até sacrificar! Trabalhar mais pelo melhor resultado, pagar mais pelo melhor produto, se informar mais para votar melhor, abrir mão de certos alimentos para preservar a saúde... Esses, infelizmente, não se apresentam em grande número. Para fazer parte da massa e atrair a atenção ou mesmo para justificar seus próprios deslizes, muitos preferem se juntar ao grupo dos conformados, no estilo “não posso com eles, juntar-me-ei a eles”!

Pena! Porque uma das melhores coisas da vida é ter um objetivo, é lutar por algo que almejamos, ter desafios a serem alcançados. E a perfeição, sem dúvida, é um grande desafio! É um desafio para o resto da vida...


[1] Dicionário Houaiss online – consultado em 15 abril 2014.

quarta-feira, 12 de março de 2014

A leitura de aparência

A leitura é influenciada pelo nosso repertório. Isso é fato! Mas deixar que o nosso repertório elimine as palavras do texto para defender nosso ponto de vista pode ser um prejuízo grande para a comunicação e para nossa segurança. Muitas vezes, em nome da boa política, as pessoas estabelecem critérios radicais que, em lugar de ajudar, prejudicam.

Vejamos o exemplo da leitura deste quadrinho: 

A tendência da interpretação moderna é dizer que a imagem e o texto mostram que não devemos considerar a aparência em nossas avaliações, porém, o texto não diz exatamente isso. O texto diz que “nem sempre” a aparência é suficiente para concluirmos o que está por trás daquilo que não vemos... Está implícita nessa sentença a ideia de que é possível que a aparência revele o que está por trás do que não vemos, ainda que não seja um critério totalmente seguro para avaliarmos algo.

Há momentos em que a aparência nos dá algumas dicas que podem ser consideradas, ainda que não deva ser o único aspecto considerado na avaliação. Quando uma pessoa olha para a outra e diz: “Você parece cansada”, é possível que a leitura da aparência esteja correta ou, ao menos, a aparência da pessoa mostra que algo está diferente do que costumamos ver. Essas dicas da aparência podem ser úteis em diversas circunstâncias e podem ser usadas como um sistema de defesa. Uma aparência de tumulto pode nos livrar de um assalto... e também de uma liquidação muito boa, daquelas que levam todas as nossas economias! O equilíbrio é sempre uma boa opção em qualquer análise.

Enfim, olhar a aparência não deve ser nossa única maneira de avaliar, mas considerar as aparências, em suas devidas proporções, ainda pode nos ajudar em algumas situações... Ou não... Afinal, ninguém está totalmente livre de uma “miopia avaliativa”!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Rótulo em embalagem errada... ou não!

Preconceito - qualquer opinião ou sentimento, quer favorável, quer desfavorável, concebido sem exame crítico; ideia, opinião ou sentimento desfavorável formado a priori, sem maior conhecimento, ponderação ou razão; atitude, sentimento ou parecer insensato, esp. de natureza hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância. Ex.: ‹ p. contra um grupo religioso, nacional ou racial › ‹ p. racial ›.[1] 


É muito comum ouvir uma pessoa rotular outra de preconceituosa cada vez que a opinião diverge da sua, especialmente em assuntos considerados polêmicos. Não percebe aquela que rotula que, possivelmente, ela está sendo preconceituosa. Se preconceito é a opinião formulada, seja ela favorável ou desfavorável, sem exame crítico, é preciso saber se quem expressou a opinião já fez o tal exame crítico. Se eu desconheço a gama de conhecimento que a outra pessoa tem sobre o assunto e, ainda assim, eu a chamo de preconceituosa, quem, de fato, age com preconceito? Esse é um ponto!

Se os tempos mudaram, mas algumas pessoas mantêm posturas antigas, é um direito que lhes cabe. Essas pessoas podem ter analisado os resultados modernos e podem ter percebido que os resultados antigos eram melhores... ou não. No caso de alguém analisar uma questão e formular um conceito que nos parece inaceitável, até podemos dizer, segundo nossas considerações, que é um conceito errado, mas não podemos dizer que é um preconceito, uma vez que houve uma análise crítica – ainda que os valores utilizados não correspondam àqueles que consideramos aceitáveis.

É possível, também, que uma opinião favorável seja apresentada sem que o assunto tratado tenha sido analisado criticamente. Isso é preconceito. Nesse aspecto, podemos notar muita gente querendo ser politicamente correta apresentando opiniões encontradas no arquivo morto da falta de conhecimento adequado para uma análise. Já disse um sábio que ele não se ocupava de grandes assuntos e de coisas elevadas demais para ele. Mas deixar de bater o martelo não é algo que a humanidade esteja pronta para fazer; resta-nos a esperança de um sistema educacional que ensine a pensar, a buscar informações, a aprender a analisar essas informações e aplicar em situações concretas.

É importante saber a diferença entre intolerância e opinião contrária. O preconceito é, geralmente, acompanhado de intolerância, e a intolerância é a manifestação de opinião por meio da violência, física e/ou moral. O desafio se torna maior a cada novo dia, porque o comum é ver pessoas que não sabem lidar com opiniões contrárias, chegando ao cúmulo de prejudicar o outro pelo simples fato de não ser um seguidor. Algumas vezes é desanimador a ideia de ensinar a pensar, porque a vida costuma ser difícil para quem não apenas pensa como dá ao outro direito de fazer o mesmo.

É preciso se renovar a cada manhã para permanecer fiel ao princípio de liberdade pautada no direito próprio e do outro, buscando um nível de educação mais elevada, que o dinheiro não tem condição de comprar, que é fruto de um coração generoso para com o próximo. Mas vale a luta! Enquanto lutamos por essa sociedade pensante, podemos aprender, ao menos, a usar a palavra preconceito...




[1] Dicionário on-line Houaiss - http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=preconceito – consultado em 10 de fev. de 2014.