Eu li a seguinte afirmação em um artigo escrito em um blog: “O lado bom da PL 122: a perseguição à Igreja”. Fiquei pensando em que instância seria essa perseguição. Seria no âmbito da Igreja invisível, daqueles que fazem parte dos escolhidos, que recusam se dobrar diante da besta?! Percebi que não era disso que o autor falava, porque em seguida ele utiliza o termo igreja com letra minúscula, o que poderia representar um descuido ou, o que parecia mais provável, se referia à Igreja como organização. Neste caso, quando utiliza o termo “igreja” com letra minúscula estaria particularizando uma célula da organização Igreja.
Seja qual for a intenção do autor, fato é que o texto afirma existir uma perseguição dirigida aos defensores da fé, e complementa com o fato de que só resistirão à “perseguição” aqueles que forem fiéis ao que creem. Sobrou entender o que é perseguição, uma vez que permaneci sem entender muito bem o sentido do texto. Segundo o querido Houaiss, no aspecto sociológico, perseguição significa “intolerância contra algum conjunto, organismo ou grupo social”[1]. Aí é que começa o problema... Até é compreensível a visão de perseguição, porque de fato há uma intolerância. O grande problema é: “que grupo social?”; “que conjunto?”; “que organismo?” – Não existe um ataque sistematizado a uma organização. O ataque é direcionado aos que se manifestam contrários, àqueles que têm fibra para enfrentar com opinião. As ameaças e impropérios são direcionados e atingem legalmente alguns indivíduos isoladamente.
Quando Jesus disse “Todo reino dividido contra si mesmo é devastado”[2], na minha recepção, o diabo deve ter pensado assim: “Opa, taí o segredo para acabar com esses cristãos, dividi-los!”. Acontece que os primeiros cristãos estavam no calor da fé e eram unidos demais. Foi preciso trabalhar muito, mas finalmente a estratégia começou a contar com a colaboração dos “cristãos?”. Muitos participantes de igrejas estão aderindo à moda “dessexualizar/sexualizar”, há momentos em que eu até me pergunto se a inclinação sexual é questão de opção ou imposição, porque há os que querem fazer igrejas à moda do cliente. Para pizza e outros comestíveis isso até fica bom, mas, quando se trata de fé, sejamos sensatos, é melhor largar de vez do que tentar remendar o que não aceita remendo.
Fato é que há um desequilíbrio na fórmula de direitos. O problema ainda não está atingindo a organização o suficiente para produzir uma reação em conjunto. Em lugar de gerar fidelidade, está gerando conivência de alguns, apatia de outros, alguns estão ocupados com outros pecados e nem podem jogar pedra nesse telhado de vidro... Enquanto isso, a palavra verdade é tirada do dicionário, as pessoas aderem ao novo sistema, a liberdade entra em colapso e as pessoas morrem, morrem e morrem...
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