É interessante notar
como os sons são interpretados em diferentes culturas, embora, na realidade,
todos ouçam a mesma expressão sonora. O cachorro late igual em qualquer país, no
entanto, ao reproduzir o som do latido, as formas variam bastante... Estranho
isso! - wou-ou-ouuuu (francês); vau-ou-oouu (russo); uuuuu (italiano); au au
(português); woof, woof; ruff, ruff; arf, arf (inglês) etc.[1]
Outro exemplo interessante é o espirro. Na França é atchoum, na Alemanha hatschi
e nos Estados Unidos atchoo, achoo ou achew e no Brasil é atchim.
As onomatopeias são formas naturais de representações do som, que não estão submissas
às regras dos sistemas fonológicos da língua.[2]
Se as formas de representar esses sons variam bastante, as respostas não deixam
por menos... Vejam algumas respostas que os espirros suscitam em algumas
línguas:
Em português: Atchim -
Saúde!
Em inglês: Atchoo! -
Deus te abençoe!
Em indonésio: Hatchi -
Bendito seja Deus!
Em dinamarquês: Atju -
Poderá beneficiar-te!
Em letão: Apci - Isso é
para sua saúde!
Em romeno: Hapciu - Boa
sorte![3]
Se aquilo que ouvimos
de maneira igual já causa interpretações diferentes, como é, então, o que
ouvimos de forma diferente nos tons de voz, nas expressões faciais, no uso de
palavras parecidas, mas não iguais, nas traduções etc. Quanto do que ouvimos realmente é o que
achamos que é? Se não é, o que podemos fazer para minimizar a distância entre o
que é dito e o que é entendido? Responder perguntas assim pode nos ajudar a
estabelecer uma linha de comunicação menos turbulenta e mais eficaz, tanto dentro de uma cultura como no relacionamento transcultural.
[1] Veja
mais em http://pt.wikipedia.org/wiki/Latido
[2] Mário
Viaro, da Universidade de São Paulo (USP).
[3]
Mundo estranho – “Última modificação: 27 de Dezembro de 2008”.